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Gol (GOLL4): dívidas trabalhistas somam R$ 1,3 bi em RJ

Segundo a aérea, os valores mencionados correspondem a dívidas acumuladas durante o período da pandemia

Em meio à sua crise financeira, a Gol Airlines (GOLL4) apresentou um total de US$ 269 milhões (aproximadamente R$ 1,3 bilhão) em obrigações trabalhistas pendentes na data em que protocolou seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, em 25 de janeiro. Os documentos submetidos à Justiça americana detalham que a maior parte desse valor, US$ 174 milhões, refere-se a obrigações fiscais sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS. Outra parcela significativa, de US$ 25 milhões, está relacionada a compensações a trabalhadores, incluindo adicional noturno e periculosidade.

Segundo a Gol, os valores mencionados correspondem a dívidas acumuladas durante o período da pandemia, e a empresa destaca que, diferentemente de outros países, o Brasil não ofereceu ajuda de refinanciamento governamental durante esse período desafiador.

A companhia ressalta que não efetuou demissões em massa durante a pandemia e manteve o compromisso com os tributos sobre a folha de pagamento, contribuindo de forma parcelada até o momento.

Gol (GOLL4) visa empréstimo para manter operação

Diante das dificuldades financeiras, a Gol (GOLL4)obteve autorização da Justiça americana para acessar a primeira parcela de um empréstimo de US$ 350 milhões (R$ 1,73 bilhão), garantido por debenturistas da Abra, a holding da empresa e também da colombiana Avianca. Além dessa quantia, a Gol receberá mais US$ 600 milhões (R$ 2,97 bilhões), divididos em duas etapas, conforme condições estabelecidas no processo de reestruturação da companhia.

Gol (GOLL4): desafios e negociações futuras

Com um endividamento total de R$ 20,2 bilhões ao final do quarto trimestre de 2023, a Gol (GOLL4) enfrenta desafios significativos, especialmente nas negociações com arrendadores de aeronaves. A atual escassez de aviões no mercado eleva o risco de retirada das aeronaves da Gol, sendo este um desafio crucial a ser superado pela empresa.

Atualmente, a falta de disponibilidade de aeronaves no mercado intensifica o risco de que os arrendadores optem por retirar as aeronaves da frota da Gol (GOLL4). Esse cenário representa um desafio significativo, especialmente quando comparado ao período do processo de recuperação judicial (“Chapter 11”) enfrentado por outras companhias aéreas, como a Latam e a Avianca, durante a pandemia de covid-19. A Gol está concentrada em avançar nas negociações com os arrendadores para assegurar a continuidade de suas operações e superar esse obstáculo crítico em seu processo de reestruturação.