Como o tour virtual impacta na decisão de compra de um imóvel

Os tours virtuais estão se popularizando cada vez mais como estratégia das imobiliárias

Conciliar a rotina pessoal e de trabalho – sempre corrida – com a procura por um imóvel é um desafio estressante. Por isso os tours virtuais, e mesmo as ferramentas mais sofisticadas, como realidade virtual e realidade aumentada, estão se popularizando cada vez mais como estratégia das imobiliárias e construtoras para atrair clientes e facilitar a visita aos empreendimentos.

Poder conhecer melhor o imóvel na tela do celular ou do computador poupa muito tempo dos compradores, sendo uma forma eficiente de ‘vivenciar’ a visita mesmo estando longe. E mais do que isso: ajuda a dar uma noção melhor do aproveitamento dos espaços, já que muitos tours mostram o imóvel decorado. Isso é fundamental principalmente em empreendimentos em construção, em que o stand de vendas já foi desmontado. No caso dos lançamentos que ainda contam com o decorado, o tour virtual serve como uma etapa anterior à visita presencial, para validar o interesse do potencial comprador no produto.

Do lado do corretor, essa estratégia também faz a diferença. Afinal, além de poupar tempo acompanhando os clientes em inúmeras visitas, com o tour virtual os corretores têm a chance de mostrar seu trabalho nas redes, o que sem dúvida impacta muito no marketing imobiliário.

A consultoria em software Capterra realizou recentemente uma ampla pesquisa, focada no mercado imobiliário, em que investigou o papel das visitas virtuais no processo de seleção de compra e aluguel de imóveis. O resultado aponta que 90% dos clientes consideram esses tours ‘muito úteis’, mesmo não descartando totalmente as visitas presenciais e optando por fazer a seleção por meio dos dois processos.

Outro ponto interessante é que, embora a grande maioria dos clientes (86%) destaque a economia de tempo na escolha dos melhores empreendimentos a serem visitados pessoalmente como o maior benefício dos tours virtuais, boa parte deles (59%) também destaca o fator segurança como algo determinante para priorizarem as visitas online. Isso porque, fazendo um primeiro filtro à distância, é possível reduzir o contato físico com o corretor, o que diminui os riscos à saúde em tempos que ainda inspiram cuidados com a Covid-19.

Com o avanço da tecnologia e a chegada do Metaverso, a tendência é que os tours virtuais se tornem mais sofisticados, evoluindo para visitas feitas com ajuda de realidade virtual e realidade aumentada. Os óculos de realidade virtual permitem ‘entrar’ e ‘passear’ pelo imóvel como se você estivesse, de fato, nele, gerando imagens tridimensionais e até sons realistas de um ambiente. Já com a realidade aumentada, capaz de sobrepor elementos digitais 3D a uma imagem física, é possível ‘dar vida’ a um imóvel vazio, inserindo virtualmente móveis e demais itens de decoração.

Todas essas alternativas tecnológicas, no entanto, não satisfazem 100% dos compradores. Na pesquisa da Capterra, a impossibilidade de conhecer in loco a região onde o imóvel se localiza é visto como fator limitante por 48% dos entrevistados; outros 35% apontam as dificuldades em avaliar a iluminação natural como algo negativo.

Por isso, incluir uma descrição detalhada dos imóveis, dando pormenores sobre os tipos de materiais usados e a direção do nascer ou pôr do sol, é muito importante. Unindo tecnologia a textos descritivos cuidadosos dos empreendimentos, as imobiliárias e construtoras estarão prestando um bom serviço aos clientes, tornando o processo de escolha de um imóvel mais fácil e ágil para os dois lados.

*Rafael Machado é cofundador e CEO do Meu Imóvel, portal para a compra e venda de
imóveis que oferece uma abordagem mais focada no cliente e ferramentas de
geolocalização e Inteligência Artificial