O futuro do dólar na era digital

Nos últimos anos, as inovações tecnológicas têm desempenhado um papel cada vez mais significativo em quase todos os setores. A situação não é diferente no cenário financeiro global, especialmente no que refere ao futuro do dólar diante da transformação digital.

Há muito tempo, a moeda norte-americana é considerada um ponto de referência, já que é amplamente utilizada para uma série de fins. Das reservas cambiais, com cerca de 60% das reservas globais mantidas em dólares americanos, das transações internacionais, estimando-se que mais de 80% das transações comerciais globais sejam denominadas em dólares e investimentos, confirmando seu protagonismo entre as moedas e capaz de impactar o panorama econômico global.

Com a tecnologia, essa característica só tende a ser ainda mais intensa, o que gera a necessidade de refletirmos sobre os rumos do dólar.

Tecnologias que podem impactar o dólar ainda em 2024

Definitivamente a ascensão das Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) são as inovações com a maior probabilidade de movimentar economias mundiais, incluindo a dos Estados Unidos. Vários países estão explorando a possibilidade de emitir esses ativos, baseados em blockchain ou outras tecnologias semelhantes, com a meta de agilizar transações, reduzir custos e aumentar a inclusão financeira.

Quando falamos sobre isso do ponto de vista da “digitalização do dólar”, podemos dizer que a posição dominante da nação norte-americana tem a chance de ser ainda mais fortalecida no cenário financeiro global. Por outro lado, também há como levá-la a enfrentar concorrências de outras CBDCs, gerando uma pressão para que se adapte a novos padrões de eficiência e conveniência.

Hoje, a própria tecnologia blockchain está transformando os pagamentos transfronteiriços, tornando-os mais rápidos, eficazes e seguros. Empresas e instituições financeiras estão explorando essas soluções para simplificar e diminuir gastos ligados às transferências internacionais, eliminando intermediários e reduzindo os tempos de liquidação.

Portanto, de uma forma ou de outra, o futuro do dólar depende do quanto os Estados Unidos estarão dispostos a integrá-lo a novas ferramentas tecnológicas, porque a corrida para a inovação financeira já começou.

Principais desafios do ‘dólar digital’

Apesar das inovações tecnológicas apresentarem oportunidades promissoras, também trazem alguns desafios únicos para o dólar. O principal deles está relacionado a questões significativas sobre regulamentação e segurança, visto que os reguladores precisam equilibrar o desenvolvimento de novas tecnologias com a proteção dos consumidores e a prevenção contra crimes financeiros. 

À medida que os sistemas financeiros se tornam mais digitais, a demanda pelo aprimoramento da cibersegurança também cresce. Os ataques cibernéticos são capazes de trazer danos irreversíveis a economias inteiras por meio da violação de dados e fraudes, incluindo aquelas que possuem o dólar como protagonista.

Como o dólar pode se sobressair na era digital?

A ascensão de outras moedas digitais, como o yuan, da China, representa uma competição significativa para o dólar. Contudo, enquanto este ocupar a posição de reserva mundial predominante, a tendência é que surjam diversas oportunidades de prosperar no mundo tecnológico.

Nesse sentido, o papel dos Estados Unidos é essencial para estabelecer padrões responsáveis, já que suas decisões econômicas influenciam tanto os mercados emergentes quanto as potências globais. Logo, precisamos observar com atenção quais serão as escolhas do país dentro desse âmbito. 

E, assim como os formuladores de políticas e reguladores norte-americanos devem trabalhar de maneira integrada para garantir que essas inovações sejam implementadas de maneira responsável e sustentável, o objetivo de todas as outras nações não pode ser diferente. Promover a estabilidade e a segurança do sistema financeiro global é uma das maiores metas da atual era digital, algo que só pode ser alcançado através de visões interligadas. 

Como o dólar é um ponto em comum para o mundo todo, não há dúvidas de que deve fazer parte desse olhar conjunto.