Americanas: bancos buscam responsabilizar trio de acionistas

Santander e Bradesco entraram com um pedido de auditoria forense

Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) estão buscando na Justiça uma forma de responsabilizar os acionistas de referência da Americanas (AMER3), Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, da 3G Capital, pelo rombo na varejista, conforme apurou o jornal “Valor Econômico”.

Segundo a reportagem, os bancos entraram com um pedido de auditoria forense, com o intuito de provar que houve fraude na companhia, e, então, solicitar a desconsideração de personalidade jurídica da varejista, o que permitiria chegar ao patrimônio pessoal dos sócios. 

No pedido, os bancos pedem depoimentos do trio da 3G, além de acesso a e-mail e outras formas de comunicação dos envolvidos. 

O Bradesco já pensava em acionar uma ação conjunta contra a Americanas. Conforme apurou o “Valor”, o Bradesco estaria estudando uma forma de tentar contornar o processo de recuperação judicial, como fez o Safra e o Santander. A ideia era uma ação conjunta no Brasil e no exterior contra a empresa. O banco chegou a cogitar pedir uma anulação da RJ em si, mas recuou após a Justiça negar pedido semelhante do Safra. 

Bancos já queriam processar acionistas da Americanas após carta 

Alguns representantes de grandes instituições financeiras já vinham dizendo que avaliavam processar os acionistas de referência após a publicação da carta do trio, divulgada no domingo (22).

No texto, Lemann, Telles e Sicupira afirmaram desconhecer e que nunca admitiriam “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”.

O trio também acrescentou que a PwC, responsável pela auditoria independente das contas, “jamais” denunciou “qualquer irregularidade.” “Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto”, afirmaram.

Ainda, os acionistas informaram, no comunicado, que a Americanas “é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada”.

Por volta das 15h (horário de Brasília) desta quarta-feira (25), as ações da Americanas (AMER3) operavam em alta de 25,26%, a R$ 1,01.