Americanas: Justiça autoriza que trio da 3G empreste R$ 2 bi

O pedido feito pelo trio de acionistas de referência da Americanas por um "financiamento DIP" foi deferido nesta quinta

O pedido feito pelo trio de acionistas de referência da Americanas (AMER3), Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, por um “financiamento DIP” foi deferido nesta quinta-feira (09) pela 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. A informação é do jornalista Lauro Jardim, do “O Globo”.

O aporte imediato será de R$ 1 bilhão, podendo chegar a R$ 2 bilhões. O montante bilionário servirá para que a Americanas use os recursos como capital de giro para manter em funcionamento sua operação, incluindo o pagamento a fornecedores.

Segundo Lauro Jardim, o primeiro bilhão está garantido pelos acionistas de referência e será disponibilizado imediatamente. Já o segundo bilhão virá em forma de debêntures privadas, com um prazo de vencimento de dois anos, que serão oferecidas aos credores.

Nesta quinta-feira, as ações da Americanas despencaram 7,48%, cotadas a R$ 0,99.

Americanas (AMER3): PwC nega responsabilidade por rombo

Na última quarta-feira (08), a PwC, empresa responsável pela auditoria das contas da Americanas (AMER3), negou ter responsabilidade sobre as “inconsistências contábeis” da varejista. A companhia está sendo processada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont).

De acordo com o portal “Bloomberg Línea”, a associação pede o bloqueio de bens da PwC e a proibição de que a empresa divulgue relatórios destinados ao mercado de ações. Além disso, a entidade moveu uma ação civil pública contra a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), pedindo à Justiça que a autarquia seja proibida de aprovar relatórios produzidos pela PwC até que a situação da Americanas seja apurada.

Em resposta à Justiça do Rio de Janeiro, os advogados da PwC argumentaram que a ação tem “caráter sensacionalista” e escreveram que o processo pode causar “colossais prejuízos” para a empresa.

“Nada do que se alega permite formular qualquer juízo, mesmo em tese, a respeito da suposta responsabilidade da PwC pelas inconsistências contábeis identificadas, tudo afastando a probabilidade do direito exigida para a concessão de qualquer medida cautelar”, afirmou a empresa de auditoria na Justiça.

Em nota, a CVM reiterou que a aprovação ou não de relatórios de auditoria não faz parte da sua competência. Além disso, a autarquia montou uma força-tarefa para apurar o caso da Americanas.