Mercado

BofA avalia overweight para o Brasil e sobe exposição de bancos

A equipe do BofA vê que o Brasil precisa de uma história doméstica forte, porém, há fontes que ocupam boa forma como as finanças públicas.

Os analistas seguem com uma visão positiva para o mercado brasileiro, mesmo após a queda de 5% do Ibovespa este ano, vindo de um 2023 de bons resultados. O Bank of America (BofA), em relatório divulgado com estratégia para a América Latina, reiterou a posição overweight (exposição acima da média), usam o MSCI LatAm como referência.

Segundo o InfoMoney, a equipe do BofA vê que o Brasil precisa de uma história doméstica forte. Porém, por outro lado, há fontes que ocupam boa forma, relativamente, como as finanças públicas, as projeções de crescimento, as contas externas e o câmbio. 

Além disso, de acordo com o documento, o valuation das ações está mais atrativo, superando o patamar que tinha no final do ano passado. Ademais, os lucros das empresas domésticas enfim chegaram ao seu piso. 

“Vemos uma situação benigna: perspectivas estáveis para o petróleo, os riscos sobre a economia da China provavelmente já estão precificados (o setor de matérias primas aparece com menor exposição no consenso de mercado) e a maior parte dos grandes bancos deverá começar a apresentar tendências operacionais de melhora. Assim, ainda que sem catalisadores, também não há nem um alarme para o país”, diz o BofA.

A instituição elevou a perspectiva para os bancos brasileiros, saindo de marketweight (exposição em linha com a média) para overweight.  Para os estrategistas, o destaque é seguir com a seletividade, sendo que a exposição é maior para o Itapu (ITUB4), BTG (BPAC11) e Banco do Brasil (BBAS3) em relação ao Bradesco (BBDC4). A equipe reduziu proporcionalmente a exposição ao restante do portfólio, segundo o veículo.

Outros setores citados pelo BofA

Além dos bancos, o BofA cita também outros setores como atrativos. Como os de  utilities – que seriam serviços públicos, apresentando aumento de lucros relativamente fortes, sem depender de macro – mesmo com as valuations mais caras. Os papéis avaliados positivamente pelo banco foram da Eletrobras (ELET3), Energisa (ENGI11) e Sabesp (SBSP3).

“A história do Brasil em 2024 enquadra-se no manual de mercados com beta elevado que vão bem no contexto em que o Fed reduz as taxas de juro em algum momento”, afirma relatório.

“Também gostamos de nomes de qualidade em shoppings, transporte, saúde e etanol”, apontam. Os estrategistas do BofA mencionam companhias do varejo e consumo, que estão mais estagnadas, mas que os lucros já devem refletir as bases de comparação mais “fáceis”, relativas a 2023. Apesar disso, segundo o jornal, a equipe continua aguardando maior visibilidade quanto à reforma tributária para elevar a exposição.