Israel x Irã no radar

Ibovespa fecha com forte perda por ameaças de guerra; dólar sobe

O Ibovespa fechou a sessão desta sexta-feira (12) com queda de 1,14%, aos 125.946,09 pontos; o dólar, a R$ 5,12.

Ibovespa opera no vermelho
Foto: Freepik / Ibovespa

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (12) com queda de 1,14%, aos 125.946,09 pontos. O dólar comercial subiu 0,61%, a R$ 5,12.

Neste pregão, diferentes fatores ajudaram a derrubar o Ibovespa, entre eles as tensões geopolíticas que se estendem no Oriente Médio e a inflação nos EUA. Junto ao mercado brasileiro, os índices do exterior também caíram fortemente, após a ameaça de um ataque do Irã a Israel.

“Os dados divulgados nessa semana vieram, de certa forma, ruins, se olharmos para o aquecimento, para o controle da inflação. O Ibovespa reflete esses movimentos no dia de hoje”, afirmou Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT CAPITAL.

O número norte-americanos ao qual ele se refere é o CPI (índice de preços ao consumidor), que subiu subiu 0,4% em março, acima da expectativa de 0,3% e superior, também, ao resultado de fereveiro.

Quanto aos conflitos geopolíticos, as tensões se intencificaram quando fontes próximas ao governo iraniano alertaram para o risco de um ataque eminente do país a Israel. Dentro do intervalo de 24 a 48 horas.

Não há decisão tomada, porém os planos estão sendo discutidos. O conflito se fortaleceu após o ataque israelense em Damasco, na Síria, na semana passada. Durante o ocorrido, um dos generais iranianos mais importantes das forças armadas do país morreu.

Frente a esse cenário, o VIX,  índice de volatilidade que serve como um tipo de “termômetro do medo” em Wall Street, saltou ao seu maior patamar desde outubro de 2023. 

Altas e Baixas do Ibovespa: Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) desvalorizam

No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,81% e 0,92%, respectivamente. Prio (PRIO3) valorizou 2,13%.

A Prio foi uma das ações que mais avançou nesta sessão, devido ao anuncio de aumento de produção, o que os investidores viram com bons olhos, explicou Richetti.

Entre as mineradoras e siderúrgicas o movimento negativo foi puxado pela Vale (VALE3) que caiu 0,37%. Gerdau (GGBR4) registrou baixa de 2,45%. Usiminas (USIM5) desvalorizou 0,97%.

No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com queda de 1,04% e 1,30%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) também seguiram com desvalorização de 1,25 % e 1,10%, em sequência.

Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 4,05%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 5,36%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 2,14%.

A Prio (PRIO3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 2,13%. Logo atrás, Cielo (CIEL3) e Eletrobras (ELET6) registraram altas de 1,30% e 0,50%, respectivamente.

Já na ponta negativa, Azul (AZUL4) liderou as perdas, caindo 10,07%. Em seguida, vieram MRV (MRVE3) e EzTec (EZTC3), com perdas de 6,19% e 5,76%.

No caso da Azul, a expectativa de adiamento no corte de juros nos EUA e aumento na cotação do petróleo prejudicam a empresa, pois o querosene de aviação encarece, disse Richetti.

Índices do exterior fecharam em baixa

Os principais índices europeus tiveram desempenhos mistos nesta sexta-feira (12). O índice DAX, de Frankfurt, desvalorizou 0,11%, enquanto o CAC 40, de Paris, recuou 0,16%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,06%. Em Wall Street, os índices S&P 500 e Nasdaq recuaram 1,46% e 1,62%, respectivamente. Já o Dow Jones desvalorizou 1,24%.

“Nos EUA, tivemos bancos soltando resultados pela manhã que vieram abaixo do esperado, o que colaborou para as baixas nas Bolsas. Na minha visão, os balanços ruins estão bem atrelados também aos juros que seguem em patamar elevado”, acrescentou Richetti.